61,2% DOS CONSUMIDORES QUE REFORMARAM, NÃO FIZERAM TUDO O QUE QUERIAM

Segundo a mais recente Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), no comparativo janeiro de 2022 com janeiro de 2021, o faturamento do comércio de materiais de construção decresceu 7,8%, em volume  de vendas (faturamento real/nominal deflacionado), e cresceu 7,9%, nominalmente (volume de vendas com inflação).

Logo, conclui-se que na abertura do ano vigente, o desempenho positivo das vendas do varejo e atacado de materiais de construção deve ser atribuído à inflação. Essa mesma inflação que corrói a renda dos trabalhadores, reduzindo a massa salarial para consumo, mesmo com a recuperação do mercado de trabalho.

Segundo a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), no trimestre terminado em dezembro de 2021 comparado com o trimestre terminado em dezembro de 2020, houve redução da massa salarial real das pessoas ocupadas (recursos advindos do total de trabalhadores formais ou informais) de R$4,2 bilhões.

Daí, em boa parte, a razão da queda no faturamento real do comércio de materiais de construção. Assim, é quase certo que essa será a tônica das vendas em 2022: decréscimo no faturamento deflacionado, crescimento no faturamento inflacionado.

Logo, políticas para rentabilizar ao máximo os clientes e seus longos ciclos de compras, quando construindo, ampliando ou reformando, pode ser uma boa iniciativa para aumentar o faturamento real.

Segundo a Pesquisa 2 | 2021 da Fundação de Dados, que entrevistou 1.022 consumidores que realizaram obras/reformas residenciais, entre novembro de 2020 e outubro de 2021, 61,4% responderam que “não fiz tudo o queria fazer e ainda farei mais coisas quando possível.”

Ao que tudo indica, essa é uma percepção padrão, uma vez que, na onda anterior, Pesquisa 1 | 2021, realizada exatos seis meses antes, com outros 1.021 consumidores que realizaram obras/reformas residenciais entre maio de 2020 e abril de 2021, esse percentual foi de 62,3%.

Retomando a Pesquisa 2 | 2021, nos recortes por classes sociais, “não fiz tudo o queria fazer e ainda farei mais coisas quando possível” decresce na classe A, para 53,7%, e na classe B, para 53,6%, crescendo na classe C, para 65,7%.

Gráfico, Gráfico de pizza

Descrição gerada automaticamente

Não investigamos as razões para essa interrupção ou insatisfação (faremos isso em 2022), mas, sejam quais forem, objetivas, como falta de dinheiro ou problemas com materiais ou mão de obra; ou subjetivas, como aquele gostinho de “quero mais” ou apenas aproveitar um embalo, ainda assim, há um evidente desejo latente de continuar melhorando o lar, que pode ser bem aproveitado pelo mercado.

Em tempo: na menção específica do tipo de obra mais desejada, troca de pisos e revestimentos para parede ocupa o primeiro lugar.

Newton Guimarães - Pesquisador

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