VALORIZAÇÃO DO LAR E EMPREGO FAVORECEM VENDAS DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

Complementando o artigo anterior, O maior ganho de materiais de construção não tem a ver com vendas, no qual apresentamos dados que comprovam uma mudança estrutural na percepção do lar, com sua maior valorização durante a pandemia, retomamos, então, as velhas questões conjunturais.

A conjuntura emprego, renda e confiança do consumidor é fundamental para vendas de bens de consumo duráveis, como materiais de construção, e, ao menos no que concerne ao emprego, as notícias são promissoras para o segmento, e ajudam a explicar, em boa parte, o bom desempenho das vendas, a despeito das notícias econômicas negativas alardeadas pela imprensa.

Segundo a recém-divulgada Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), no comparativo trimestre móvel fevereiro/março/abril de 2022 com o mesmo trimestre móvel de 2021, houve um crescimento de 9.037 milhões de pessoas ocupadas (trabalhando formal ou informalmente). Já, no comparativo com o trimestre móvel anterior, houve crescimento de 1.084 milhão.

Porém, principalmente pela força corrosiva da inflação, no comparativo trimestre móvel fevereiro/março/abril de 2022 com o mesmo trimestre móvel de 2021, houve decréscimo de 7,9%, no rendimento médio real das pessoas ocupadas (deflacionado). Já, no comparativo com o trimestre móvel anterior, houve crescimento de 0,1%, demonstrando que, mesmo diante das forças inflacionárias, se anuncia timidamente certa recuperação do salário médio.

No entanto, o que tem feito a diferença nas vendas de materiais de construção é o fato de que, embora a inflação esteja corroendo os salários, a melhora do nível de emprego é de tal envergadura, que há ganhos significativos na massa de rendimento real das pessoas ocupadas (deflacionada).

No comparativo trimestre móvel fevereiro/março/abril de 2022 com o mesmo trimestre móvel de 2021, houve um crescimento de R$4,4 bilhões. Já, no comparativo com o trimestre móvel anterior, houve crescimento de 3,1 bilhões (números arredondados).

Em outras palavras, há mais dinheiro oriundo do trabalho no mercado de consumo, superando, assim, o dragão da inflação.

Alguns diriam que a empregabilidade do País está “despiorando (sic)”. Preferimos o óbvio: está melhorando!

E colaborando para a continuidade das vendas no segmento, após dois anos espetaculares.

Newton Guimarães - Pesquisador

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