CURVA DA INFLAÇÃO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO E MÓVEIS SEGUE EM ALTA

Em maio, a curva de tendência da inflação geral do recém-divulgado Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) embicou para baixo, após quatro meses consecutivos de crescimento. A inflação geral, no acumulado dos últimos doze meses, em maio, estava em 11,73%, ante 12,13%, no acumulado dos últimos doze meses, em abril.

Porém, tal tendência não foi observada ainda nos preços finais dos materiais de construção. A inflação do item Reparos (nomenclatura IBGE para o agregado de 13 subitens Material de Construção, incluindo mão de obra), no acumulado dos últimos doze meses, em maio, estava em 10,31%, ante 10,06%, no acumulado dos últimos doze meses, em abril, terceira alta consecutiva, nessa mesma base comparativa.

O subitem de Reparos que percentualmente está puxando os preços para cima é Tinta, com alta de 24,07%, no acumulado dos últimos doze meses, em maio.

A mesma tendência é observada nos preços finais dos móveis. A inflação do item Mobiliário (agregado de quatro subitens móveis por ambientes e colchão), no acumulado dos últimos doze meses, em maio, estava em 21,2%, ante 20,39%, no acumulado dos últimos doze meses, em abril, quinta alta consecutiva, nessa mesma base comparativa.

O subitem de Mobiliário que percentualmente está puxando os preços para cima é Móvel para copa e cozinha, com alta de 26,38%, no acumulado dos últimos doze meses, em maio.

Considerando a manutenção dos atuais cenários interno e externo, sem bruscas alterações (o que tem sido raro, desde o início de 2020), é mais provável, nos próximos meses, que a tendência de desaceleração da inflação geral, detectada nessa métrica, seja mantida e se espalhe para materiais de construção e móveis, desacelerando, também, as altas dos preços de ambos.

Assim, também é provável que a inflação de Reparos, embora elevada, encerre 2022 abaixo do índice de 2021, de 9,4%. A inflação de Mobiliário, porém, demonstra maior agressividade em 2022, com risco de encerrar o ano acima do índice de 2021, de 15,73%.

Newton Guimarães - Pesquisador

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