PROJEÇÕES PARA AS VENDAS DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO EM 2022 E 2023

Este artigo complementa o da semana passada, Vendas de matcons desaceleram, porém estão 5,1% acima do pré-pandemia, quando analisamos o desempenho do comércio de materiais de construção do início da pandemia até a mais recente Pesquisa Mensal do Comércio (PMC).

Agora, ainda apoiados na pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerando a nova série histórica, projetamos estatisticamente as vendas do comércio do segmento para o ano vigente e para 2023.

A cada novo input de dados mensais da PMC, incluindo revisões de meses e anos anteriores, ajustamos a curva de tendência do modelo Holt Winters Sazonal, adotado aqui, para fins projetivos.

Em volume de vendas (nominal deflacionado/ faturamento real), considerando a base PMC de janeiro de 2012 a junho de 2022, para o ano vigente, projetamos para o comércio de materiais de construção Brasil um decréscimo de 6,1%, logo, com viés projetivo de baixa, pelo terceiro mês consecutivo.

A partir dos inputs de dados relativos ao primeiro semestre de 2022, iniciamos a série para o ano de 2023.

Ainda, em volume de vendas, considerando a base PMC de janeiro de 2012 a junho de 2022, para o próximo ano, projetamos para o comércio de materiais de construção Brasil um decréscimo de 0,5%, logo, desempenho melhor do que no ano de 2022 (efeito da base reduzida de 2022, após efeito das bases elevadas de 2020/2021, para as projeções 2022).

Dessa maneira, em volume de vendas, considerando os desempenhos de 2020, quando houve crescimento de 10,8%, e de 2021, quando houve crescimento de 4,4% (fonte PMC), considerando as projeções acima, no acumulado 2023/2020, o comércio de materiais de construção Brasil crescerá 8,1%, sobre o ano de 2019.

Nada mal, considerando uma pandemia, guerra na Europa e elevadas incertezas político-econômicas.

Já, nominalmente (volume de vendas inflacionado/ faturamento percebido), considerando a base PMC de janeiro de 2012 a junho de 2022, para o ano vigente, projetamos para o comércio de materiais de construção Brasil um crescimento de 4,8%, logo, com viés de baixa, relativamente à projeção anterior.

Ainda, nominalmente, considerando a base PMC de janeiro de 2012 a junho de 2022, para o próximo ano, projetamos para o comércio de materiais de construção Brasil um crescimento de 3,6%, logo, desempenho abaixo do ano de 2022 (efeito, também, da redução da inflação).

Dessa maneira, nominalmente, considerando os desempenhos de 2020, quando houve crescimento de 16,8%, e de 2021, quando houve crescimento de 27,7% (fonte PMC), considerando as projeções acima, no acumulado 2023/2020, o comércio de materiais de construção Brasil crescerá 61,9%, sobre o ano de 2019.

Recomenda-se relativizar os desempenhos nominais, devido às distorções causadas pela inflação. No entanto, de novo, nada mal, pois apesar do cenário inflacionário, ainda assim, o comércio do segmento conseguiu repassar preços, e, como vimos, também crescer no faturamento real.

Newton Guimarães - Pesquisador

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