Este artigo complementa o anterior, Varejo de materiais de construção se fortalece com crise e volatilidade , no qual dimensionamos e analisamos a força de recuperação e capacidade de crescer do varejo do segmento, mesmo em cenários adversos.
Entre inúmeras razões possíveis, ressaltamos a vantagem de ser um varejo predominantemente físico (com participação mínima das vendas digitais no sell out), e que, cada vez mais, incorpora o papel de oferecer soluções em produtos e serviços para o lar.
Porém, se no acumulado dos comparativos “ano anterior”, entre 2020 e 2022, o comércio de materiais de construção cresceu 5,6%, em volume de vendas (faturamento real/nominal deflacionado), e 52,7%, nominalmente (faturamento percebido/volume de vendas com inflação), ambos sobre o ano de 2019, o que esperar dos próximos dois anos?
Utilizemos como base para essa resposta, projeções estatísticas (informações técnicas do método, no rodapé dos gráficos).
Projeções em Volume de Vendas 2023 | 2024
Para 2023, projetamos para o comércio de materiais de construção Brasil um decréscimo de 2,3%, logo, com viés de alta, relativamente à projeção anterior, de -3,9% (segunda melhora projetiva consecutiva).
Para 2024, projetamos para o comércio de materiais de construção Brasil um crescimento de 1,2%, logo, com viés de alta, relativamente à projeção anterior, de 1,1% (projeções 2024 iniciadas em janeiro).
Projeções Nominais 2023 | 2024
Para 2023, projetamos para o comércio de materiais de construção Brasil um crescimento de 2,8%, logo, com viés de alta, relativamente à projeção anterior, de 0,5% (segunda melhora projetiva consecutiva).
Para 2024, projetamos para o comércio de materiais de construção Brasil um crescimento de 4,4%, logo, com viés de baixa, relativamente à projeção anterior, de 4,5% (a projeção capta no horizonte de tempo, a tendência de desaceleração da inflação).
Assim, estatisticamente, salvo abruptas alterações sociais, políticas e econômicas externas e internas, no ano de 2023 o comércio de materiais de construção encerrará o ciclo de desaceleração de vendas, pós-boom do auge da pandemia, porém, ainda assim, mantendo o crescimento nominal.
Para 2024 retoma-se o crescimento também em termos reais, com tendência de reaproximação dos faturamentos em volume de vendas e nominal, devido, após os desajustes causados pela pandemia e invasão da Ucrânia, ao reequilíbrio dos preços e controle da inflação, embora, sujeitos à execução de uma nova regra fiscal crível pelo governo, manutenção do regime de metas de inflação e autonomia do Banco Central do Brasil (BCB).
Dessa maneira, a lógica das vendas no comércio de materiais de construção segue a mesma lógica das projeções do PIB, segundo o mais recente Boletim Focus do BCB: acomodação após o boom dos anos anteriores, com crescimento de 0,8%, em 2023, e retomada progressiva, com crescimento de 1,5%, em 2024.
Essencialmente, por ora, tudo indica que essa será a lógica desse e do próximo ano para o comércio de materiais de construção, PIB e todo o resto: em 2023, depuração pós-desajustes dos últimos três anos, para retomada paulatina, em 2024, de um crescimento assentado sobre um nova ordem empresarial e econômica.
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