A mais recente Pesquisa Industrial Mensal (PIM) permite avaliar a curva de tendências das produções físicas de materiais de construção e móveis, ascendentes em ambos os setores produtivos.
Considerando o histórico a partir do primeiro mês da pandemia, a produção física de materiais de construção, no índice especial Insumos Típicos da Construção Civil (agregado IBGE de produtos identificados com o setor), no comparativo últimos 12 meses, em relação ao período anterior de 12 meses, está positiva em 2,6%, quinta melhora consecutiva.
No gráfico é possível observar que, a produção industrial do setor iniciou forte trajetória de alta, a partir de julho de 2020 até o seu pico, em junho de 2021. Após esse mês, iniciou forte trajetória de queda, até setembro de 2022, sendo que, a partir de outubro voltou a embicar para cima, de maneira vagarosa e quase contínua, até os atuais 2,6% de crescimento nos últimos 12 meses, em relação aos 12 meses anteriores.
Há um conjuntura favorável relativa ao mercado imobiliário, obras de infraestrutura e consumo no comércio, puxada, principalmente, pela expansão dos investimentos públicos, crescimento dos programas sociais, de moradias populares e de transferência de renda, além do mercado de trabalho aquecido e com ganhos reais (acima da inflação) do salário médio, esse último, também, devido ao aumento real do salário mínimo, extensível aos beneficiários da Previdência Social.
Já a produção física de móveis, tanto para consumidores finais, como para consumo industrial, também no comparativo últimos 12 meses, em relação ao período anterior de 12 meses, está positiva em 5,9%, quinta melhora consecutiva.
No gráfico é possível observar que, a produção industrial do setor iniciou forte trajetória de alta, a partir de junho de 2020 até o seu pico, em junho de 2021. Após esse mês, iniciou forte trajetória de queda, até julho de 2022, sendo que, a partir de agosto voltou a embicar para cima, também de maneira vagarosa e quase contínua, até os atuais 5,9% de crescimento nos últimos 12 meses, em relação aos 12 meses anteriores.
Além do consumo interno aquecido, beneficiando os comércios de materiais de construção e móveis, há aqui um componente diretamente relacionado às exportações, mais do que na produção de materiais de construção, estimuladas pela valorização do dólar.
Dessa maneira, no comparativo acumulado ano agosto de 2024 com acumulado ano agosto de 2023, a produção de materiais de construção cresce 4,3%, enquanto a de móveis 9,1%, com fechamentos certamente positivos neste ano, porém com perspectivas de desacelerações em 2025 – provavelmente, não haverá espaço para a mesma intensidade de gastos e estímulos fiscais do governo, além dos efeitos da alta da taxa básica de juros no consumo interno –, sendo que, a provável manutenção do dólar no atual patamar continuará estimulando as exportações.
Esse artigo foi adaptado do Informe Semanal 237, aqui publicado devido ao momento orçamentário 2025 do segmento. No próximo artigo, estenderemos a leitura de cenário 2025 para os comércios de móveis e materiais de construção.
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