MATERIAL DE CONSTRUÇÃO: DIMENSÃO DO BOOM NO BIÊNIO 2021/2020

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) recém-finalizou os dados do faturamento do comércio de materiais de construção (varejo e atacado, sem sobreposições consumo final), dimensionando o boom das vendas no biênio pandêmico.

Importante analisar friamente os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), pois ao melhor entender o comportamento das vendas passadas, pode-se melhor programar as estratégias para as vendas futuras.

Em volume de vendas (faturamento real/nominal deflacionado), o comércio de materiais de construção cresceu 10,1%, no acumulado dos comparativos “mês anterior” de março de 2020 a dezembro de 2021 (base fevereiro de 2020 – desempenho relativo ao pré-pandemia). Se eliminarmos as depressões de março e abril de 2020, o crescimento foi de 34%, no acumulado dos comparativos “mês anterior” de maio de 2020 a dezembro de 2021 (base abril de 2020).

Já, nominalmente (faturamento com inflação/volume de vendas inflacionado), o desempenho percentual é ainda mais impressionante. O comércio de materiais de construção cresceu 47,6%, no acumulado dos comparativos “mês anterior” de março de 2020 a dezembro de 2021 (base fevereiro de 2020 – desempenho relativo ao pré-pandemia). Se eliminarmos as depressões de março e abril de 2020, o crescimento foi de 84,4%, no acumulado dos comparativos “mês anterior” de maio de 2020 a dezembro de 2021 (base abril de 2020).

Gráfico, Gráfico de barras, Gráfico de cascata

Descrição gerada automaticamente

Em outra perpectiva, nos comparativos “ano anterior” em volume de vendas, no ano de 2021, o comércio de materiais de construção cresceu 4,4%, em relação ao ano de 2020, que por sua vez cresceu 10,8%, em relação ao ano de 2019, totalizando no biênio pandêmico um crescimento acumulado de 15,7%.

Já, nos comparativos “ano anterior”  nominalmente, no ano de 2021, o comércio de materiais de construção cresceu 27,6%, em relação ao ano de 2020, que por sua vez cresceu 16,8%, em relação ao ano de 2019, totalizando no biênio pandêmico um crescimento acumulado no de 49%.

Recomenda-se relativizar os resultados nominais, e considerar, principalmente, os resultados em volume de vendas, que são deflacionados a partir dos relativos de preços do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI), logo, traduzindo realmente o desempenho do canal.

Gráfico, Gráfico de barras

Descrição gerada automaticamente

Por fim, ainda no gráfico acima, relativamente à crise anterior de 2015/2016, no acumulado dos comparativos “ano anterior” de 2017 a 2021,  o comércio de materiais de construção cresceu 36,2%, em volume de vendas, e 88,6%, nominalmente (base ano de 2016).

Assim, independentemente das dificuldades previstas para 2022, o comércio do segmento se apoia numa base sólida para minimizar as quedas das vendas, e ainda, em muitos negócios, revertê-las.

E, se nesse artigo analisamos o passado, no próximo, analisaremos as projeções estatísticas e tendências macrorecônomicas para o futuro do comércio de materiais de construção.

Newton Guimarães - Pesquisador

Parceiros Atendidos