PERSPECTIVAS POSITIVAS PARA CONSTRUÇÕES RESIDENCIAIS EM 2022

A indústria de materiais de construção é suportada pelo tripé obras de infraestrutura, construções (comerciais, residenciais, entre outros) e vendas no comércio, sendo que este último foi objeto de análise do artigo anterior, Materiais de construção: projeções de vendas para 2022.

E, se utilizamos como fonte o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) para as análises dos desempenhos comerciais do segmento, para as análises dos desempenhos das vendas, lançamentos e estoque de unidades residenciais novas utilizamos o Secovi-SP e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Segundo o recém-divulgado Indicadores Imobiliários Nacionais da CBIC, que pesquisou 176 cidades, distribuídas por 22 capitais e 20 regiões metropolitanas, acrescidas por outras 24 demais cidades, no comparativo ano de 2021 com ano de 2020, houve crescimento de 12,8%, nas vendas de unidades residenciais novas, passando de 231.708, em 2020, para 261.443, em 2021. Desse total, 48% se enquadravam no Programa Casa Verde e Amarela, ante 53%, em 2020, como ilustra o gráfico.

Diagrama

Descrição gerada automaticamente

Assim, é possível concluir que além do crescimento de vendas, houve um aumento na participação dos imóveis não econômicos. Porém, independentemente do perfil do imóvel, essencialmente, esse é um dado positivo não só para as indústrias, mas também para o comércio de materiais de construção, haja vista que, na Pesquisa 1 | 2021 da Fundação de Dados, com 1.201 consumidores que haviam realizado obras/reformas residenciais, entre maio de 2020 e abril de 2021, 8,7% haviam sido realizadas em imóveis novos adquiridos de construtoras/construtores (antes das mudanças das famílias).

Em suma, quando aumentam as vendas de imóveis novos, aumenta o contingente de consumidores reformando, além, obviamente, de estimular novos lançamentos.

E, assim aconteceu!

Ainda segundo a CBIC, no comparativo ano de 2021 com ano de 2020, houve crescimento de 25,9%, nos lançamentos de unidades residenciais novas, passando de 211.062, em 2020, para 265.678, em 2021. Desse total, 45% se enquadravam no Programa Casa Verde e Amarela, ante 52%, em 2020, ou seja, também houve aumento na participação de imóveis não econômicos, como ilustra o gráfico.

Diagrama

Descrição gerada automaticamente

Novamente, independentemente do perfil do imóvel, essencialmente, essa é uma notícia animadora para as indústrias de materiais de construção, pois muitas dessas obras serão iniciadas em 2022, estimulando as vendas  para as construtoras, num ano no qual o comércio de materiais de construção deverá experimentar queda no faturamento real.

Por fim, também é animador que a proporção lançamentos/vendas esteja positiva em 1,6%, haja vista que, no ano de 2021, foram vendidas 261.443 unidades e lançadas 265.678 unidades, demonstrando moderado otimismo das construtoras e incorporadoras, como ilustra o gráfico.

Gráfico, Gráfico de barras

Descrição gerada automaticamente

Porém, quem olhar mais atentamente para o gráfico acima, perceberá que em 2019, no mercado pré-pandemia, a proporção lançamentos/vendas estava significativamente mais positiva, em 10,8%, haja vista que, nesse ano, foram vendidas 198.941 unidades (crescimento de 23,7%, sobre o ano de 2018), e lançadas 220.418 unidades (crescimento de 30,4%, sobre o ano de 2018).

Ou seja, embora sejam favoráveis a recuperação das vendas e lançamentos, e a proporção lançamentos/vendas durante o ano de 2021, estruturalmente, o mercado já vinha em franca e ainda mais consistente expansão antes da pandemia.

É bom ter isso em mente para o pós-pandemia, independentemente das novas incertezas e consequências trazidas pelos conflitos na Europa.

Sugerimos para aprofundamento dos dados a  coletiva de imprensa da CBIC no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=Kq2V_orBNtU

Newton Guimarães - Pesquisador

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