LOJAS DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CRESCEM MAIS DO QUE MAGAZINES

O objetivo do Painel Mensal Vendas e Inflação Itens para o Lar, elaborado pela Fundação de Dados, que utiliza como bases a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) e Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é monitorar comparativamente os desempenhos de vendas e preços dos canais Material de Construção (varejo e atacado, sem sobreposições, de diversos portes e formatos) e Móveis e Eletrodomésticos (magazines e formatos similares).

Dessa maneira, obtemos informações para melhor entendimento dos comportamentos de consumo de itens para o lar.

Porém, antes, frisamos que nas pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desempenho em volume de vendas é nominal deflacionado a partir dos relativos de preços do IPCA e do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI). Logo, numa linguagem coloquial, podemos falar de faturamento real

Por outro lado, desempenho nominal é faturamento em volume de vendas com inflação, logo, numa linguagem coloquial, podemos falar de faturamento percebido.

No faturamento em volume de vendas do canal Móveis e Eletrodomésticos, relativamente ao pré-pandemia, no acumulado dos comparativos “mês anterior” de março de 2020 a janeiro de 2022, houve decréscimo de 12,4% (sobre fevereiro de 2020). Já, nominalmente, houve crescimento de 6,1%.

Gráfico

Descrição gerada automaticamente

Já, no faturamento em volume de vendas do canal Material de Construção, relativamente ao pré-pandemia, no acumulado dos comparativos “mês anterior” de março de 2020 a janeiro de 2022, houve crescimento de 9,9% (sobre fevereiro de 2020). Já, nominalmente, houve crescimento de 48,1%.

Gráfico

Descrição gerada automaticamente

O período extremamente volátil da pandemia foi também muito rico de informações, uma vez que, nos contrapontos e contrastes as encontramos de maneira mais explícita.

Assim, nesse período incerto, enquanto os magazines, no que concerne às vendas de móveis e eletrodomésticos, se mostraram frágeis, com decréscimo real e discreto crescimento nominal (mesmo diante de um ambiente inflacionário), as lojas de materiais de construção, de maneira oposta, se mostraram antifrágeis, com crescimento real e expressivo crescimento nominal, demonstrando, também, sua maior capacidade de repassar a alta dos preços para o consumidor final.

Ao que tudo indica, apenas comercialmente falando, as incertezas e volatilidade dos últimos dois anos foram benéficas para o comércio de materiais de construção, criando, conceitualmente, perspectivas positivas para os próximos anos, tão incertos e voláteis quanto.

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