INFLAÇÃO MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO E MÓVEIS SEGUE EM ALTA

Se o recém-divulgado Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) surpreendeu até o próprio presidente do Banco Central do Brasil (BCB), imagine, então, a nós?

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no primeiro trimestre de 2022, a inflação geral acumulada no ano foi de 3,2%, ante 2,05%, no mesmo período do ano anterior. Nessa base comparativa, a inflação geral atual é superior ao mesmo período de 2021, quando acabou fechando o ano em 10,06%.

No recorte do item Reparos (nomenclatura IBGE para o segmento Material de Construção), no primeiro trimestre de 2022, a inflação acumulada no ano foi de 2,28%, ante 2,34%, no mesmo período do ano anterior. O subitem que puxou para cima a inflação do segmento foi Tinta, com 5,62%. Nessa base comparativa, a inflação atual Reparos está praticamente igual ao mesmo período de 2021, quando acabou fechando o ano em 9,4%.

Por fim, no recorte do item Mobiliário (nomenclatura IBGE para o segmento Móveis), no primeiro trimestre de 2022, a inflação acumulada no ano foi de 6,8%, ante 3,17%, no mesmo período do ano anterior. O subitem que puxou para cima a inflação do segmento foi Móvel para sala, com 7,67%. Nessa base comparativa, a inflação atual Mobiliário está significativamente acima do mesmo período de 2021, quando acabou fechando o ano em 15,73%.

Em suma, com a iminente superação da pandemia e normalização das cadeias de fornecimento, os preços davam sinais de estabilização. Porém, os novos desarranjos causados pela invasão da Ucrânia, principalmente com elevações dos preços das commodities, voltaram a pressionar a inflação de oferta.

E, se o próprio presidente do BCB se mostra surpreso, quem somos nós para afirmar algo sobre os próximos meses?

No entanto, é fato que no primeiro trimestre de 2021, mesmo com a inflação de materiais de construção e móveis já em alta, ainda assim, havia um mercado consumidor aquecido e crédito barato, o que não ocorre nesse momento.

Então, se as negociações entre fornecedores e comércio (varejo e atacado) já foram delicadas em 2021, imagine o quanto de bom senso e parceria serão necessários agora?

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