PIB E COMÉRCIO DA CONSTRUÇÃO SE FORTALECERAM PARA 2023

Baseado na série da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), acrescida das projeções estatísticas Fundação de Dados para 2022, é possível concluir que o comércio de materiais de Construção adquirirá musculatura suficiente para enfrentar os desafios e incertezas de 2023.

Ressaltando que os resultados do ano vigente ainda não foram fechados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), logo, são apresentadas projeções, em volume de vendas (faturamento real/nominal deflacionado), no acumulado de 2017 a 2022, o comércio de materiais de construção terá crescido 23,7%, sobre o ano de 2016 (último ano da recessão econômica anterior).

Nominalmente (faturamento percebido/volume de vendas com inflação), no mesmo período comparativo, terá crescido 92,3%, sobre o ano de 2016.

O comércio de materiais de construção vem apresentando forte recuperação pós-recessão econômica, com performance ainda mais expressiva durante os dois primeiros anos da pandemia. Porém após esse boom de vendas, ou bolha de consumo, é natural certa retração, o que ocorrerá em 2022, no faturamento real, enquanto no faturamento nominal, deverá ocorrer mais um ano positivo, devido aos aumentos de preços dos produtos.

Expandindo a leitura para o PIB Construção, baseada no relatório Contas Nacionais Trimestrais (CNT) do IBGE, acrescida da previsão da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) para 2022, é possível concluir que a área de atividade PIB Construção também se recuperará da recessão anterior, com crescimento no acumulado ano de 2017 a 2022 de 2,5%, sobre o ano de 2016.

Nessa área de atividade (predominantemente, engloba todos os agentes da cadeia que atuam direta ou indiretamente, como serviços especiais, em obras de infraestrutura e construções residenciais, comerciais etc.), a recuperação foi alavancada nos últimos dois anos (inclui 2022 projetado), pelo boom de lançamentos de unidades residenciais novas e consequentes execuções de obras, e investimentos privados estimulados pelos programas de concessões, privatizações e novos marcos regulatórios governamentais.

Por fim, expandindo ainda mais a leitura para o PIB Brasil,  acrescida da previsão do Boletim Focus do Banco Central do Brasil (BCB) para 2022, é possível concluir que a economia brasileira também seguirá se recuperando fortemente da recessão anterior, com crescimento no acumulado ano de 2017 a 2022 de 9,1%, sobre o ano de 2016.

O comércio de materiais de construção, PIB da Construção e Brasil, responderam positivamente à mudança de política econômica, a partir de 2016, essencialmente, com reformas, flexibilizações e redução do papel do estado na economia, além da preocupação com a responsabilidade fiscal (equilíbrio das contas públicas).

Para 2023, é muito provável que a aprovação da PEC da Transição, com forte expansão dos gastos públicos, inicialmente impacte positivamente o comércio de materiais de construção e economia em geral. No entanto, uma nova regra fiscal que sinalize a continuidade dessa preocupação será fundamental, para que esses ganhos iniciais não sejam rapidamente revertidos.

Newton Guimarães - Pesquisador

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