Uma das tarefas mais ingratas para quem pesquisa quantitativamente o mercado de materiais de construção, é obter uma informação precisa sobre os gastos dos consumidores com as obras/reformas residenciais.
Devido ao longo ciclo de compras, dimensões variadas das obras, elevado número de itens, imprevistos e confusão entre serviços e produtos, os consumidores não sabem, ao certo, quanto gastaram. Também é possível que exista um grau de autoengano nessa conta, uma vez que o orçamento sempre excede o previsto e desejável, gerando gastos não assumidos conscientemente.
Sendo assim, pelas nossas experiências passadas, nas quais buscamos dados precisos e obtivemos dados inconsistentes, perguntamos: “Sabemos que controlar os gastos numa obra/reforma é bastante complicado. Mas, mesmo que aproximadamente, por favor, quanto você estima ter gastado no total, incluindo os materiais de construção (desconsidere móveis e itens decorativos), mão de obra e outros serviços? “.
Incluímos, para facilitar, faixas de gastos, o que nos deu uma informação em ordem de grandeza, da qual tiramos as médias total e por classes sociais.
A base é a Pesquisa 2 | 2022, realizada em novembro de 2022, na qual entrevistamos 1.020 consumidores de materiais de construção que reformaram/ampliaram/construíram, distribuídos em quatro regiões do Brasil (exceto Norte), cuja média dos gastos foi de estimados R$16.226,70.
Nos recortes, somente considerando entrevistados da classe A, a maior incidência de gastos na obra/reforma está na faixa acima de R$5.000,00 até R$10.000,00, com 20,6%, sendo que o gasto médio foi de estimados R$33.040,00.
Somente considerando entrevistados da classe B, a maior incidência de gastos na obra/reforma também está na faixa acima de R$5.000,00 até R$10.000,00, com 31%, sendo que o gasto médio foi de estimados R$20.009,03.
Já, somente considerando entrevistados da classe C, a maior incidência de gastos na obra/reforma está na faixa até R$5.000,00, com 52,3%, sendo que o gasto médio foi de estimados R$12.712,30.
Por fim, relativamente à média total, a classe A gasta +103,6%; a classe B, +23,3%, e, a classe C, -21,7%.
Obviamente esses são gastos relativos, sendo que se considerarmos os gastos absolutos e o extrapolarmos para a população brasileira, a proporção da massa de gastos será diferente.
Nas próximas pesquisas, em maio (Pesquisa 1 | 2023) e novembro (Pesquisa 2 | 2023), repetiremos a pergunta e método, visando validar a consistência dessas informações, criando uma nova série de referência.
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