Esta análise originariamente foi publicada no Informe Semanal 227, distribuído para clientes Fundação de Dados. Devido à sua relevância estrutural, o reproduzimos no formato de artigo.
Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) apresentou a Pesquisa Anual do Comércio (PAC), dimensionando o comércio brasileiro de 2022, primordialmente dividido em três grandes segmentos: comércio de veículos, peças e motocicletas; comércio por atacado e comércio varejista.
Apenas para dimensionamento macro, em receita bruta de revenda de mercadorias (sem dedução de impostos, contribuições, cancelamentos, abatimentos e descontos incondicionais à comercialização) o comércio de veículos, peças e motocicletas respondeu por R$621,1 bilhões, o comércio por atacado por R$3,7 trilhões, e o comércio varejista por R$2,9 trilhões, totalizando uma receita bruta do comércio brasileiro de R$7,2 trilhões.
Assim, evidencia-se a importância dos atacadistas para distribuição de bens em um país continental, com predominância de empresas de pequeno e médio porte, principalmente no comércio de materiais de construção.
Em 2022, havia 141.914 lojas de materiais de construção no Brasil (empresas comerciais de todos os portes e formatos), posicionando-o como o agrupamento de setor comercial varejista especificado mais pulverizado do País, com participação de 13,2% no total de 1.075.756 empresas comerciais varejistas brasileiras.
Retomando a receita bruta de revenda de mercadorias, o comércio varejista de materiais de construção respondeu por R$256.962.331.000,00, posicionando-o como o quarto maior agrupamento, entre os setores comerciais varejistas especificados do País, com participação de 8,8% no total de R$2.934.606.280.000,00.
Por fim, se dividirmos o número de lojas pela receita bruta, cada uma responderia por R$1.810.690,50 ano (sua loja puxa para cima ou para baixo esse valor?).
O comércio varejista de materiais de construção demonstrou antifragilidade nos últimos anos, inclusive com a expansão de diversos formatos de canais e fortalecimento de alguns já existentes, como e-commerce, lojas de tintas e atacarejo, saindo mais forte da crise sanitária de 2020/2021. Apenas para dimensionamento, ainda segundo a PAC, em 2019, a receita bruta de revenda do comércio varejista de materiais de construção foi de R$157.744.149.000,00, logo, indicando para um crescimento de 62,9%, comparando 2022 a 2019 (em valores correntes).
Porém, esse fortalecimento de canais foi acompanhado por uma depuração de mercado, com o fechamento de lojas ineficientes, uma vez que, em 2019, havia 143.481 lojas de materiais de construção no Brasil, logo, indicando para um decréscimo de 1,1%, comparando 2022 a 2019.
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