Para o consumidor, reformar o lar tem mais a ver com continuidade da vida do que com renovação

Vamos seguir a linha de um artigo anterior, mais conceitual, Vieses da inteligência no segmento de materiais de construção, no qual defendemos a importância de entender profundamente aspectos comportamentais do consumo de materiais de construção, além de aspectos meramente transacionais, como preço e condições de pagamento, inseridos no ambiente macroeconômico.

Assim, quais as expectativas dos consumidores em relação aos seus lares recém-reformados?

Na última onda do Painel Comportamental de Consumo de Materiais de Construção, realizada em maio (detalhes técnicos no rodapé do gráfico), perguntamos: “Para encerrarmos a pesquisa, se você tivesse de definir nas frases abaixo, mesmo que de maneira aproximada, o que significa essa obra/reforma de seu lar em sua vida, qual das frases abaixo você escolheria?”

Entre as frases estimuladas, a maior identificação dos entrevistados foi com “uma oportunidade de continuar tendo qualidade de vida”, com 33,4%, seguida por “uma oportunidade de começar um novo ciclo de vida”, com 20,9%.

Inclusive, a oportunidade de continuar tendo qualidade de vida foi a frase com a qual os consumidores, em todas as classes sociais pesquisadas, mais se identificaram: na classe A, com 34,4%; na classe B, com 29,5%, e, na classe C, com 35,3%.

Interessante, então, que para os consumidores, lares recém-reformados mais confortáveis, novos, bonitos e estilosos tem mais a ver com a continuidade da qualidade de suas vidas do que com a renovação.

Muitos podem perguntar, “e daí?”

Bem, há expectativas de um ano de 2025 com crescimento menor no comércio de materiais de construção do que no ano de 2024, logo, além da competência comercial das empresas e apurada leitura do cenário macroeconômico, talvez, um entendimento profundo das motivações e significado do consumo de materiais de construção possa ser um diferencial valioso.

Newton Guimarães - Pesquisador

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