Fechamos um ciclo de três artigos sobre a mão de obra em O que querem os pedreiros?, e, justamente, neste artigo analisaremos os dados mais recentes e confiáveis sobre um importante mercado que os emprega formalmente: construção de imóveis residenciais.
Segundo o Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED), no final do primeiro trimestre de 2025, havia 1.132.075 trabalhadores celetistas (contratados em regime CLT) envolvidos diretamente na construção de edifícios, um crescimento de 3,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O crescimento do mercado de trabalho na construção é corroborado pelas vendas e lançamentos de unidades residenciais novas em indicadores da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Assim, dimensionaremos aquilo já era intuitivamente conhecido por todos: o mercado imobiliário residencial será impulsionado ao longo do ano pelo Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
Segundo o relatório Indicadores Imobiliários Nacionais, que monitora 221 cidades, entre todas as capitais, regiões metropolitanas e grandes municípios, no comparativo do primeiro trimestre de 2025 com o primeiro trimestre de 2024, as vendas nacionais de unidades residenciais novas verticais cresceram 15,7%, passando de 88.583 para 102.485 unidades.
Do total vendido no período de 2025, 47% se enquadravam no MCMV, ante 38% do total vendido no período de 2024.

Ainda no gráfico acima, destacamos que, com o crescimento das unidades vendidas e inflação, também ocorreu o crescimento do Valor Global de Vendas (VGV), em cerca de 17,6%, passando de aproximadamente R$51 bilhões no período de 2024 para aproximadamente R$60 bilhões no período de 2025.
Considerando agora apenas os imóveis enquadrados no Programa, no mesmo período comparativo, as vendas cresceram significativamente mais, em 40,9%, passando de 33.935 para 47.800 unidades.
A região com maior participação do MCMV no total vendido foi o Norte, com 56%, e a menor, o Sul, com 25%.

Por fim, considerando apenas os imóveis de outros padrões, as vendas cresceram apenas 0,1%, passando de 54.648 para 54.685 unidades.

Baixar gráficos artigo, mercado imobiliário São Paulo
Já dimensionamos no Painel Comportamental de Consumo de Materiais de Construção que do contingente total de obras/reformas realizadas anualmente, 9,3% ocorrem em imóveis novos.
No entanto, para o comércio de materiais de construção, essa transição no perfil de vendas não é positiva, pois os imóveis do MCMV são significativamente menos reformados após a entrega de chaves do que os de médio e alto padrão.
Dessa maneira, o percentual indicado no Painel, certamente deverá ser alterado para baixo.
Por outro lado, o governo está preparando um programa de crédito com juros reduzidos para reformas em moradias populares, com potencial para estimular principalmente as vendas no varejo de materiais de construção voltado às classes C/D.
No próximo artigo, desenvolveremos a mesma leitura, porém sobre os lançamentos de unidades residenciais novas, que impactam diretamente as indústrias do setor.
Recomendamos a coletiva de imprensa da CBIC para apresentação do indicador acima analisado, que poderá ser acessada aqui.
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