Lançamentos de imóveis beneficiarão as indústrias de materiais de construção

O Governo Federal não disponibilizou dados oficiais sobre a participação das faixas dos imóveis do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) no total vendido.

Seria importante sabermos, pois, como vimos no artigo anterior, Vendas de imóveis não beneficiam o comércio de materiais de construção, é certo que as vendas de unidades residenciais novas em 2025 serão puxadas pelo MCMV.

Apenas no comparativo do primeiro trimestre de 2025 com o primeiro trimestre de 2024, as vendas desses imóveis cresceram 40,9%, enquanto as dos imóveis de outros padrões (médio e alto) cresceram apenas 0,1%.

No entanto, estimamos que a maior parte dos imóveis vendidos estão enquadrados na Faixa 1, destinada às famílias com renda de até R$2.850,00, e Faixa 2, de até R$4.700,00.

Assim, é de se esperar um impacto pequeno no comércio de materiais de construção das obras e reformas após a entrega de chaves, uma vez que, esse perfil de consumidor não dispõe de recursos financeiros para realizá-las.

No entanto, essa situação ainda poderá ser endereçada, caso a promessa do Governo Federal para um programa de crédito com juros reduzidos para reformas em moradias populares se materialize.

Por outro lado, ainda no ano vigente, a nova Faixa 4 do MCMV Classe Média, para famílias com renda de até R$12.000,00 e com juros reduzidos para compra de imóveis de até R$ 500.000,00, tem potencial, dependendo do projeto, de melhorar a qualidade dos lançamentos e materiais fornecidos.

Nesse caso, ainda não o comércio, mas, de imediato, as indústrias poderão ser beneficiadas.

Apoiados no relatório Indicadores Imobiliários Nacionais, que monitora 221 cidades, entre todas as capitais, regiões metropolitanas e grandes municípios, no comparativo do primeiro trimestre de 2025 com o primeiro trimestre de 2024, os lançamentos nacionais de unidades residenciais novas verticais cresceram 15,1%, passando de 73.800 para 84.924 unidades.

Do total lançado no período de 2025, 53% se enquadravam no MCMV, ante 46% do total lançado no período de 2024. Assim, a maior parte dos imóveis lançados no ano já são do MCMV.

Ainda, segundo os indicadores da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), considerando apenas os imóveis enquadrados no Programa, no mesmo período comparativo, os lançamentos cresceram 31,7%, passando de 33.976 para 44.734 unidades.

A região com maior participação do MCMV no total lançado foi o Norte, com 83%, e a menor, o Sul, com 38%.

Por fim, considerando apenas os imóveis de outros padrões, os lançamentos cresceram 0,9%, passando de 39.824 para 40.190 unidades.

Baixar gráficos: artigo, indústrias de matcons e cimento

Os novos projetos do MCMV Classe Média começarão a sair do papel, principalmente, no segundo semestre deste ano, com impactos imediatos na cadeia de fornecimento. Já para o comércio, os efeitos das eventuais obras e reformas pós-entrega dessa nova faixa deverão ser sentidos a partir do segundo semestre de 2027, ou, principalmente, a partir de 2028.

Recomendamos a coletiva de imprensa da CBIC para apresentação do indicador acima analisado, que poderá ser acessada aqui.

No próximo artigo, analisaremos os resultados do PIB na perspectiva do comércio de materiais de construção.

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