Reformas em imóveis novos é comum na classe A e rara na classe C

No artigo anterior fechamos uma série de análises com Fechaduras, pias para cozinha, caixas d’água e fechaduras eletrônicas: principais canais de compra e ambientes de instalação, na qual analisamos a jornada de compra de 12 categorias de produtos arbitrariamente escolhidas, que serão acrescidas de outras categorias na próxima pesquisa de novembro, criando um monitoramento semestral das oscilações de vendas, uso de canais de compra e instalações ou aplicações por ambientes.

Seguimos aqui, com os novos dados do Painel Comportamental de Consumo de Materiais de Construção (Pesquisa 1 | 2025), realizado em maio passado com 1.020 consumidores de materiais de construção que realizaram obras/reformas no último ano.

Este artigo ainda complementa um artigo anterior recente, Vendas de imóveis não beneficiam o comércio de materiais de construção, no qual levantamos a hipótese de que a transição de um mercado com vendas impulsionadas pelos imóveis de médio e alto padrão para os imóveis econômicos, não seria benéfica para o comércio de materiais de construção.

Tal raciocínio era embasado na premissa de que os imóveis econômicos eram significativamente menos reformados, após a entrega de chaves, do que os imóveis de outros padrões.

Vamos aos dados, já diretamente segmentados por classe sociais, cujos 1.020 entrevistados responderam a seguinte pergunta: “Em relação ao imóvel reformado, você diria que…” (detalhes técnicos no rodapé do gráfico).

Nas três classes sociais, o principal perfil dos imóveis nos quais foram realizadas as obras e reformas residenciais, foi o de imóveis já habitados pelas respectivas famílias: na classe A, com 57,1%; classe B, com 51,4%, e na classe C, com 58,2%.

Porém, agora começam as diferenças, principalmente no objetivo desta análise.

Na classe A, o segundo perfil de imóveis reformados é justamente o de imóveis novos comprados das construtoras/construtor, com 17%. Na classe B é o terceiro perfil, com 12,9% (empatado com construção do zero), e na classe C, o quinto perfil, com 6,1% (discretamente abaixo dos imóveis alugados).

Portanto, relativamente às classes sociais, é provável que haja um desaquecimento no faturamento do comércio no perfil de consumidor que realiza obras residenciais em imóveis novos, afetando, principalmente, os canais de vendas e produtos mais relacionados com as classes A/B.

Por outro lado, mesmo os canais de vendas e produtos mais relacionados com os consumidores de menor poder aquisitivo, não necessariamente serão beneficiados, uma vez que o percentual relativo a esse perfil de obra e os respectivos tickets médios são baixos.

Não à toa, o Governo Federal tem intenção de lançar um programa de crédito com juros subsidiados para reformas de imóveis populares, provavelmente utilizando, novamente, o Fundo Social do Pré-Sal.

Essa é uma boa notícia no curto prazo, no entanto aprofunda as distorções causadas pelo intervencionismo estatal na economia, com impactos negativos no médio e longo prazo.

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