Este artigo é uma sequência do anterior, Vendas de materiais de construção podem se beneficiar da desaceleração dos serviços às famílias, no qual abordamos os possíveis efeitos positivos para o segmento da desaceleração do consumo de serviços fora do lar.
O método de trabalho do Painel Comportamental de Consumo de Materiais de Construção pressupõe a manutenção das séries históricas dos entendimentos que se mostraram consistentes; o abandono – com o devido aprendizado – dos entendimentos que se mostraram equivocados, e, por fim, novos temas pertinentes a cada semestre.
Que poderão ser mantidos ou abandonados.
Há três anos, incluímos os atacarejos de materiais de construção como opção de resposta, em nossas pesquisas sobre os canais utilizados para compras de materiais de construção.
O resultado distorceu a série histórica e escancarou uma questão óbvia e muito comum no mercado de pesquisas: aquilo que sabemos tecnicamente, por atuarmos em determinado mercado, é diferente daquilo que os consumidores leigos sabem.
Ou não sabem, incluindo a nomenclatura atacarejo, confundida, muitas vezes, com lojas grandes, home centers e até mesmo depósitos.
Abordaremos melhor esse assunto no próximo artigo, mas, aqui, vamos ficar em uma investigação básica.
Na pesquisa mais recente (Pesquisa 1 | 2025), fizemos uma pergunta bem simples e direta: “Você sabe o que é um atacarejo de materiais de construção?”
Considerando que os 1.020 entrevistados haviam realizado obras/reformas residenciais, predominantemente, entre maio de 2024 e abril de 2025, o fato de 27,6% responderem não saberem o que é, indica um desconhecimento significativo sobre esse formato de canal (detalhes técnicos da amostra no rodapé do gráfico).
O desconhecimento maior é na classe C, com 30,8%; região Sudeste, com 31,5%, e nos jovens (25 a 31 anos), com 32,6%.
Por outro lado, o conhecimento é maior na classe A, com 83,3%; região Nordeste, com 80,7%, e maduros (41 anos +), com 74,4%.

Embora o desconhecimento seja significativo, ainda mais considerando o perfil específico dos entrevistados, ainda assim, em todos os recortes a maioria diz saber o que é um atacarejo de materiais de construção.
Ironicamente, os consumidores da classe C, idealmente aqueles que mais poderiam usufruir dos preços baixos prometidos pelo atacarejo, são os que menos o conhecem.
São consumidores que, muitas vezes, optam pelas lojas de bairro devido à proximidade, dificuldade de transporte, falta de tempo e menores necessidades de itens e recursos financeiros para compra.
No próximo artigo, considerando somente os consumidores que disseram saber o que é um atacarejo de materiais de construção, examinaremos qual a imagem eles têm desse tipo de canal.
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A Fundação de Dados realiza pesquisas ad hoc nos segmentos de materiais de construção e móveis, e por meio de painéis semestrais com consumidores de materiais de construção, nos quais as empresas assinantes podem inserir entendimentos exclusivos e sigilosos.