Varejo de materiais de construção é o mais pulverizado do Brasil

Sem os mesmos parâmetros, a informação se dispersa ao longo do processo. Ao fim, vira ruído.

Portanto, mantendo rigorosamente os mesmos parâmetros do artigo anterior Varejo de materiais de construção supera R$ 300 bilhões em vendas anuais, baseados ainda na mais recente Pesquisa Anual do Comércio (PAC), vamos analisar o número total de empresas varejistas brasileiras e, em especial, de materiais de construção.

Novamente frisamos que os resultados são relativos ao ano de 2023, pesquisados em 2024 e divulgados em 2025.

Segundo a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023, o Comércio varejista e seus 17 agrupamentos comerciais totalizaram 1.128.787 empresas comerciais varejistas formalmente constituídas, sendo que, somente no varejo de materiais de construção foram 162.351 empresas.

Dessa maneira, considerando as divisões da PAC, o varejo de materiais de construção é o mais pulverizado do comércio varejista brasileiro, à frente de Produtos alimentícios, bebidas e fumo, com 143.667 empresas; Artigos do vestuário e complementos, com 137.024 empresas; e Produtos farmacêuticos, perfumaria e cosméticos e artigos médicos, ópticos e ortopédicos, com 136.435 empresas, apenas para citarmos os três agrupamentos seguintes.

Vamos percentualizar isso, para em seguida inserir essa participação em uma série histórica.

Em 2023, a participação do varejo de materiais de construção no total de unidades do comércio varejista brasileiro alcançou 14,4%, obviamente à frente das mesmas atividades: Produtos alimentícios, bebidas e fumo, com 12,7%; Artigos do vestuário e complementos, com 12,1%; e Produtos farmacêuticos, perfumaria e cosméticos e artigos médicos, ópticos e ortopédicos, com os mesmos 12,1%.

Agora, a resposta para uma importante pergunta: a participação do número de varejistas de materiais de construção está crescendo ou diminuindo no varejo brasileiro?

Em 2019, portanto no pré-pandemia, os varejistas de materiais de construção representavam 13% do total de varejistas brasileiros. No primeiro ano da pandemia avançaram para 13,5%; em 2021 recuaram para 13,1%; em 2022 ficaram praticamente estáveis, em 13,2%, avançando significativamente em 2023 para 14,4%.

Baixar gráficos: artigo, comércio de matcons e de serviços às famílias

Interessante que, como vimos no artigo anterior, a participação do faturamento bruto do varejo de materiais de construção no total do varejo brasileiro aumentou, passando de 8% no pré-pandemia (2019) para 9,7% em 2023.

Aqui, constatamos que a participação do número de varejistas de materiais de construção no total do varejo brasileiro também aumentou, passando de 13% no pré-pandemia (2019) para 14,4% em 2023.

Assim, o varejo de materiais de construção cresce em importância financeira e pulverização, provavelmente, pela própria conjuntura econômica favorável; por aspectos comportamentais, como a valorização do lar pelas famílias; setoriais, com a expansão imobiliária – beneficiando o mercado como um todo – e pela crescente competência dos atacadistas – beneficiando a ampliação e fortalecimento das lojas de bairro.

Mas, essas são apenas algumas hipóteses, entre tantas outras possíveis.

No próximo artigo, aprofundaremos ainda mais os dados da PAC, fechando mais uma trilogia analítica.

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