No artigo anterior, Lojas de bairro serão mais impactadas pela desaceleração econômica, encerramos uma série de análises sobre o comércio atacadista de materiais de construção e as lojas de bairro, levantando a hipótese de que a desaceleração econômica induzirá os varejistas a revisar suas operações.
E que as lojas de bairro, em especial, somente conseguirão executar essa revisão com o apoio de seus fornecedores.
E o momento chegou à indústria do segmento, conforme atesta a mais recente Pesquisa Industrial Mensal (PIM), com o aprofundamento da curva de arrefecimento da produção física de materiais de construção.
Segundo a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no comparativo do acumulado ano outubro de 2025 com o acumulado ano outubro de 2024, a produção física industrial de materiais de construção (no agregado de produtos Insumos Típicos da Construção Civil) decresceu 0,7%, terceiro mês consecutivo no campo contracionista.

Assim, após crescer 5,5% no comparativo ano de 2024 com 2023, desde fevereiro de 2025 desacelera, adentrando o campo contracionista a partir do comparativo acumulado ano agosto de 2025 com o acumulado ano agosto de 2024, quando decresceu 0,2%.
Por fim, na métrica mais adequada para análises de linhas de tendência – comparativo últimos 12 meses com os últimos 12 meses anteriores – a produção física industrial de materiais de construção desacelera desde junho de 2025.
Dessa maneira, é perceptível no gráfico que, no período de janeiro de 2020 a outubro de 2025, ocorreram dois grandes movimentos de aceleração, sendo que, atualmente, ocorre o segundo grande movimento de desaceleração.

Baixar gráficos: artigo, produção cimento e móveis de madeira
A escolha do início da série em janeiro de 2020 não foi aleatória, mas sim proposital, visando identificar o comportamento do setor após os desarranjos causados pela pandemia.
Também é importante frisar que a métrica produção física industrial da construção civil é próxima – mas não equivalente – à métrica faturamento deflacionado (real) das indústrias, inclusive utilizada como base pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT) para a elaboração de seus relatórios mensais.
Portanto, ao considerar a inflação, possivelmente os desempenhos encontrem-se percentualmente acima dos resultados IBGE.
Independentemente disso, é evidente que os efeitos contracionistas da taxa Selic elevada estão superando os estímulos fiscais e creditícios do governo federal, sendo ainda incerto até que ponto a curva continuará descendente.
No próximo e último artigo do ano, faremos a mesma análise para o comércio de materiais de construção.
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