O FIM DA ALAVANCAGEM DO FATURAMENTO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

Um dos aspectos mais nefastos da cultura inflacionária é mascarar inviabilidades ou ineficiências de determinados negócios, por meio da alavancagem dos resultados de vendas. Por outro lado, quando a inflação retorna para um patamar aceitável, essas inviabilidades e ineficiências vêm à tona, muitas vezes, comprometendo a continuidade das operações.

Os dados de ontem da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) dimensionam a desaceleração dos preços no comércio de materiais de construção Brasil (varejo e atacado), inclusive com deflação em diversas importantes categorias de produtos.

Segundo a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em volume de vendas (faturamento real/nominal deflacionado), considerando como base fevereiro de 2020 (último mês antes do isolamento social), houve crescimento, no acumulado comparativos “mês anterior” abril de 2023 a março de 2020, de 2,2% (em relação ao pré-pandemia).

Considerando como base dezembro de 2021, houve decréscimo, no acumulado comparativos “mês anterior” dezembro a janeiro de 2022, de 6,1% (desempenho ano de 2022).

Considerando como base dezembro de 2022, houve decréscimo, no acumulado comparativos “mês anterior” abril a janeiro de 2023, de 0,9% (desempenho parcial ano de 2023).

Assim, o faturamento real do comércio do segmento está acima do pré-pandemia, porém perdendo musculatura, com decréscimos em 2022 e no primeiro quadrimestre de 2023.

Já, nominalmente (faturamento percebido/volume de vendas com inflação), considerando como base fevereiro de 2020 (último mês antes do isolamento social), houve crescimento, no acumulado comparativos “mês anterior” abril de 2023 a março de 2020, de 49,5% (em relação ao pré-pandemia).

Considerando como base dezembro de 2021, houve crescimento, no acumulado comparativos “mês anterior” dezembro a janeiro de 2022, de 1,7% (desempenho ano de 2022).

Considerando como base dezembro de 2022, houve decréscimo, no acumulado comparativos “mês anterior” abril a janeiro de 2023, de 0,6% (desempenho parcial ano de 2023).

Assim, é notória a alavancagem inflacionária nos comparativos relativamente ao pré-pandemia: crescimento real de 2,2% com crescimento nominal de 49,5%. Porém, em 2022, houve apenas crescimento nominal, e, em 2023, houve retrações praticamente iguais: decréscimo real de 0,9% com decréscimo nominal de 0,6%.

Com a desaceleração da inflação, a aproximação dos faturamentos nominais dos reais diferenciará as empresas que apenas ganharam sobrevida durante a pandemia, daquelas que continuarão crescendo no pós-pandemia.

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