Nas últimas cinco ondas anuais do Painel Comportamental de Consumo de Materiais de Construção, investigamos os tipos de canais de compras utilizados, como lojas de bairro, home centers/lojas grandes, lojas de tintas e e-commerces (compras via internet), entre outros.
A pergunta exata, de maio de 2020 a maio de 2024, sempre foi: ”Agora vamos falar do local de compra dos materiais para sua obra. Quais os tipos de lojas utilizados para comprar os materiais de construção para sua obra/reforma (somente utilização do tipo de loja, pode marcar independentemente do valor gasto, volume e número de itens comprados, podendo ser apenas uma só compra)?”
Dessa maneira, monitoramos tendências de utilização dos principais canais de compra, inclusive a utilização dos e-commerces, aqui inserida em uma série histórica por três classes sociais (detalhes técnicos no gráfico).
Sempre considerando obras/reformas realizadas no período “último ano”, em relação à classe A, a utilização da internet para compra de materiais de construção passou de 33,3%, na pesquisa realizada em maio de 2020 (comportamento pré-pandemia), para 39,8% na pesquisa mais recente (maio de 2024).
Interessante que, na pesquisa realizada em maio de 2023 essa utilização atingiu seu pico, com 45%, decrescendo na pesquisa mais recente.
Já na classe B passou de 26,3% no pré-pandemia, para 36% na pesquisa mais recente, sendo que, a exemplo da classe A, na pesquisa realizada em maio de 2023 essa utilização atingiu seu pico, com 37,6%, decrescendo discretamente na pesquisa mais recente.
Por fim, na classe C passou de 13,6% no pré-pandemia, para 25,4% na pesquisa mais recente. Porém, diferentemente das classes A/B, cresce continuamente há três anos.
Baixar gráficos: artigo, comércio Brasil e matcons
A princípio, é possível notar um ponto evidente: quanto maior o poder aquisitivo, maior a utilização dos e-commerces para compras de materiais de construção para obras/reformas, independentemente do período ou momento social.
No entanto, os consumidores das classes A/B atingiram seus picos de utilização em 2023, com reduções em 2024, porém ambos se mantendo acima do pré-pandemia, com maior expansão percentual na classe B.
Já a classe C mantém a trajetória de crescimento nos últimos três anos, inclusive praticamente dobrando o percentual de utilização, em relação ao pré-pandemia.
Muito provavelmente, há uma relação da ascendência dos e-commerces generalistas (não especializados em materiais de construção) e internacionais, como Mercado Livre, Amazon, Shoppe etc., nas vendas de materiais de acabamento e o crescimento da utilização do meio pelos consumidores de menor poder aquisitivo.
O que poderá principalmente para canais de vendas e produtos para esse perfil socioeconômico, pressionar os preços e oferta de materiais de qualidade.
A Fundação de Dados está em fase de comercialização das assinaturas 2025 das pesquisas com consumidores que realizaram obras/reformas, nas quais as empresas assinantes poderão inserir entendimentos exclusivos e sigilosos sobre a jornada de compra de seus produtos e marcas. Empresas interessadas poderão entrar em contato pelo portal ou LinkedIn.