E-commerces generalistas representam 46,6% das vendas de materiais de construção

Este artigo complementa o anterior, Classe C apresenta crescimento contínuo nas compras de materiais de construção pela internet, no qual analisamos ao longo de uma série histórica de cinco anos, o nível de utilização dos e-commerces (compra via internet) para compras de materiais de construção para obras e reformas residenciais.

Ao final do artigo concluímos que, o crescimento contínuo nos últimos três anos na utilização dos e-commerces pela classe C, poderia estar relacionado à ascendência dos e-commerces generalistas e/ou internacionais no segmento.

Apenas para alinhamento, arbitrariamente denominamos no questionário e-commerces generalistas (com os devidos exemplos), comércios eletrônicos e marketplaces não identificados direta e visualmente com o segmento de materiais de construção e itens correlatos aos lares, especificados esses como e-commerces especializados (também com os devidos exemplos).

Considerando apenas a onda da pesquisa mais recente do Painel Comportamental de Consumo de Materiais de Construção, Pesquisa 1 | 2024 (realizada em maio, com 1.020 consumidores de materiais de construção que realizaram obras residenciais), perguntamos: “O e-commerce (compra via internet) em que você comprou era?”

Considerando o total das classes A/B/C, os e-consumidores de materiais de construção (somente utilização da loja virtual, independentemente do valor gasto, volume e número de itens comprados, podendo ser apenas uma só compra), 45,3% utilizaram e-commerces especializados (tipo Leroy Merlin, Telhanorte, C&C, MadeiraMadeira, Sodimac, Cassol, Ferreira Costa, Balaroti etc.).

Já a utilização dos e-commerces generalistas (tipo Mercado Livre, Shopee, Magalu, Casas Bahia, Ponto, Amazon etc.) chegou muito próxima, em 43,5%.

Por fim, a utilização de ambos foi de 11,1%.

As classes A/B puxam para cima a utilização dos e-commerces especializados, com 53,3% e 51,8%, respectivamente. Porém puxam para baixo a utilização dos e-commerces generalistas, com 33,9% e 40,5%, respectivamente.

De maneira oposta, a classe C puxa para cima a utilização dos e-commerces generalistas, com 46,6%, e para baixo a utilização dos e-commerces especializados, com 40%, conforme demonstrado no gráfico abaixo.

Interessante que, de fato, o crescimento das compras de materiais de construção para obras/reformas na classe C está relacionado à oferta desses materiais pelos e-commerces generalistas e/ou internacionais.

Provavelmente, itens de acabamento com menores preços e qualidade.

Por outro lado, os e-commerces especializados são mais utilizados, de fato, pelos consumidores de maior poder aquisitivo.

Certamente, com itens do básico ao acabamento, e, provavelmente, com maiores preços e qualidade.

Qual será o desdobramento disso?

Com a evolução da curva de aprendizado de utilização do meio para compras pelos consumidores de menor poder aquisitivo, haverá uma migração para os e-commerces especializados?

Ou os e-commerces generalistas avançarão nos consumidores de maior poder aquisitivo?

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