Vendas de materiais de construção podem se beneficiar da desaceleração dos serviços às famílias

Há um consenso no mercado sobre a desaceleração dos serviços prestados às famílias, principalmente aqueles que retiram os consumidores de suas residências, como hospedagens e alimentação fora do lar.

Essa análise, inclusive, foi aprofundada no Informe Executivo Semanal #277, distribuído para nossos clientes em 21 de julho passado, que poderá ser aqui acessado.

Nesse material, levantamos a hipótese de que “uma maior permanência dos consumidores nos lares, pode estimular a realização de reparos, manutenções ou melhorias domésticas, visando tornar esse momento mais agradável.”

E, justamente, dando sequência ao artigo anterior Reformas em imóveis novos é comum na classe A e rara na classe C, essa foi uma das investigações do Painel Comportamental de Consumo de Materiais de Construção (Pesquisa 1 | 2025), realizado em maio passado com 1.020 consumidores de materiais de construção que fizeram obras/reformas no último ano.

Inclusive, comparamos com dados do Painel anterior (Pesquisa 1 | 2024), realizado em maio de 2024 com outros 1.020 consumidores de materiais de construção que fizeram obras/reformas no último ano (detalhes das amostras no rodapé do gráfico).

A pergunta em ambas as ondas, foi: “Você diria que em relação à sua vida no pré-pandemia, você tem ido mais a restaurantes, bares, feito viagens, se hospedado em hotéis ou pousadas, ido a shows, enfim, feito mais atividades fora de casa?”

Em 2024, do total de entrevistados, 45,8% disseram que sim, puxado para cima pelos consumidores da classe A, com 61,7%, e para baixo pelos consumidores da classe C, com 44%. Desses últimos, 37,9% disseram que não estão saindo mais, contra apenas 17,2% na classe A.

Um ano depois, do total de entrevistados, 42% disseram que sim, puxado para cima pelos consumidores da classe A, com 62,3%, e para baixo pelos consumidores da classe C, com 35,9%. Desses últimos, 41,6% disseram que não estão saindo mais, contra apenas 19,6% na classe A.

Vemos, portanto, que na totalidade da amostra, na passagem de 2024 para 2025 foi detectada uma discreta tendência de os consumidores permanecerem mais em casa.

No entanto, essa tendência foi puxada pelos consumidores da classe C, mas não pelos consumidores das classes A/B, cuja maior parte tem ido mais a restaurantes, bares, feito viagens, se hospedado em hotéis ou pousadas, ido a shows, enfim, feito mais atividades fora do lar.

Na classe A, 61,7% em 2024 para 62,3% em 2025. Na classe B, 47,4% em 2024 para 51,9% em 2025 (maior crescimento anual). De maneira oposta, na classe C, 44% em 2024 para 35,9% em 2025.

É possível que a desaceleração dos serviços prestados às famílias, em um primeiro momento, atinja mais o consumo dos serviços fora do lar, e que, também, tenha começado nos consumidores de menor poder aquisitivo, podendo se expandir no decorrer do ano para os consumidores das classes A/B.

Apesar dessa circunstância favorável às vendas de bens para os lares, o desafio é o de como estimular os consumidores a realizarem reparos, manutenções ou melhorias domésticas, visando, justamente, tornar essa permanência em casa mais agradável, apesar da queda da confiança, encarecimento do crédito e aumento do endividamento e inadimplência das famílias.

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