Este artigo complementa, O maior apelo do mercado de obras residenciais é a memória afetiva dos consumidores, no qual abordamos a importância de associar as vendas de materiais de construção a aspectos positivos, relacionados ao sonho de um lar mais confortável e belo, no qual as famílias e amigos compartilharão momentos de bem-estar, confiança, segurança, renovação, sofisticação, alegria, aconchego…
Assim como o mercado automobilístico não vende carros novos falando de congestionamentos, gangues de quebra vidros, batidas e multas, o segmento não deve vender materiais de construção falando de rachaduras, vazamentos, sujeira, curto-circuito, entre tantos outros problemas.
Mas, quais são, então, os principais imprevistos/dores de cabeça/problemas que ocorrem durante a obra/reforma?
Foi, justamente, essa a pergunta que fizemos na Pesquisa 1 | 2023, realizada em maio passado, na qual entrevistamos 1.021 consumidores que fizeram obras/reformas residenciais, entre maio de 2022 e abril de 2023, com idade a partir de 25 anos, das classes A/B/C e distribuídos pelas regiões Sudeste, Sul, Nordeste e Centro-Oeste.
Como essa foi a primeira investigação sobre o tema no Painel Comportamental de Consumo de Materiais de Construção, ainda não temos uma série histórica.
Sujeira, barulho e desconforto para a família foi o principal problema para 60% dos entrevistados, seguido por estouro do orçamento e gastos imprevistos para 47,8%, e, apenas para ficarmos nos três principais, problemas com a mão de obra (pedreiros, pintores, eletricistas etc.), para 42,5%.
Outros pontos também foram considerados e, embora em um nível abaixo, merecem atenção, como, em ordem: atraso na entrega dos materiais, dificuldades de encontrar os materiais adequados ou desejados, atendimento de baixa qualidade nas lojas e produtos inadequados.
Enfim, é preocupante que apenas 10,4% disseram não terem tido problemas durante a obra/reforma. O que significa que, em algum nível, 89,6% dos consumidores tiveram imprevistos/dores de cabeça/problemas.
Em um mundo perfeito para as vendas de materiais de construção, 100% nos diriam que não tiveram qualquer problema, e que tudo, do início ao fim da obra/reforma, fez parte do sonho de um lar mais confortável e belo.
Porém em um mundo real, cabe ao varejo, com apoio dos fornecedores, proporcionar uma experiência de compra prazerosa, ambiente agradável, atendimento cordial, boas opções de preços, parcelamento de compras, oferta de mão de obra qualificada e entrega pontual, se contrapondo ao desconforto familiar, gastos excessivos, desgastes emocionais com a mão de obra e estouro do cronograma, se conectando, assim, com a realização do sonho de um lar melhor.
A Fundação de Dados iniciará uma nova pesquisa com 1.020 consumidores de materiais de construção. Estamos à disposição de empresas interessadas em inserir entendimentos exclusivos e acessar, também, os demais materiais gerados.