Os dez maiores varejistas respondem por 8,2% da revenda de materiais de construção

Este artigo complementa o artigo Comércio de materiais de construção é o mais pulverizado do Brasil, no qual constatamos, apoiados em dados recém-publicados da Pesquisa Anual do Comércio (PAC), que o comercio varejista de materiais de construção possuía 141.914 lojas de materiais de construção no Brasil (empresas comerciais de todos os portes e formatos), em 2022, à frente do comércio varejista de artigos do vestuário e complementos, no segundo lugar, com 136.340 lojas.

Vamos adiante, ainda apoiados nos dados recentes dessa pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e em dados apresentados pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) nesta semana, no lançamento do estudo 300 Maiores Empresas Varejo Brasileiro 2024, com dados relativos ao ano de 2023.

Elaborando dados originais da publicação, em números arredondados, as dez maiores empresas varejistas de materiais de construção somam um faturamento de R$21,2 bilhões, sendo que, somente a empresa líder, Leroy Merlin, soma R$8,5 bilhões.

Se retomarmos os dados PAC, que indicaram para um valor de receita bruta de revenda de mercadorias de R$257 bilhões, em 2022, e aplicarmos o crescimento nominal de 0,2%, na passagem de 2022 para 2023 (fonte Pesquisa Mensal do Comércio/IBGE), estaríamos, então, falando em um valor de receita bruta de revenda de mercadorias de R$257,5 bilhões, em 2023.

Dessa maneira, parametrizando os anos, teríamos uma participação dessas dez maiores empresas varejistas de materiais de construção de 8,2%, no total do valor de receita bruta de mercadorias do comercio varejista de materiais de construção Brasil.

Obviamente, então, o restante do faturamento do mercado estaria distribuído em outros home centers/lojas grandes, lojas médias e lojas de bairro (pequenas, multicategorias ou especializadas), sendo que, essas últimas, concentrariam aproximadamente 65% do total, ou aproximadamente R$167,3 bilhões (percepção em ordem de grandeza Fundação de Dados, sem comprovação em pesquisas recentes).

A escassez de dados no segmento nos obriga a assumir premissas, como igualar sell out à métrica receita bruta de revenda de mercadorias, que, segundo o IBGE, significa receita proveniente da atividade comercial exercida pela empresa, sem dedução dos impostos e contribuições (ICMS, IPI, ISS, PIS/PASEP, COFINS, Simples Nacional etc.); e das vendas canceladas, abatimentos e descontos incondicionais relativos à comercialização de mercadorias.

De qualquer maneira, são parâmetros fidedignos, que dimensionam a expressiva pulverização das vendas de materiais de construção, em um segmento que, não só sustenta os ganhos do período “fique em casa”, como retoma o crescimento.

Assim, é possível afirmar que o comércio de materiais de construção não antecipou faturamento nos anos da pandemia, pois, nominalmente, nada devolveu nos anos seguintes, muito pelo contrário: continuou e continua crescendo.

A partir desse ponto, o próximo artigo analisará os dados mais recentes da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), consolidando o primeiro semestre, com as devidas perspectivas para o término de 2024 e ano 2025.

Newton Guimarães - Pesquisador

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