Revestimento cerâmico, tubos e conexões, torneiras para cozinha e porcelanato são os produtos mais comprados nas obras residenciais

A partir deste artigo, analisaremos dados inéditos do Painel Comportamental de Consumo de Materiais de Construção (Pesquisa 1 | 2025) que, desde 2020, monitora o comportamento dos consumidores de materiais de construção que realizaram obras/reformas residenciais.

É sempre bom frisar que não monitoramos o comportamento de compra do perfil pequenos reparos, manutenções e melhorias pontuais domésticas, cujo ciclo de compra é significativamente menor, portanto, fornecendo poucas informações comportamentais.

Assim, estima-se que, aproximadamente 70% do sell out do comércio de materiais de construção advenha, justamente, do mercado de obras e reformas, enquanto os outros 30%  dos pequenos reparos, manutenções e melhorias pontuais.

Nesta onda do Painel (amostras nos rodapés dos gráficos) começamos um novo ciclo de pesquisas, mais voltado aos produtos adquiridos durante a obra e reforma, com a intenção de monitoramento contínuo daquilo que está sendo comprado, em quais canais e para quais ambientes.

Portanto, perguntamos para 1.020 consumidores que haviam realizado obras/reformas, predominantemente entre maio de 2024 e abril de 2025:  “Especificamente em relação a alguns produtos, quais abaixo foram comprados para sua obra/reforma?”

Entre os produtos estimulados, 51,4% compraram revestimento cerâmico para parede; 49,2% tubos e conexões de PVC; 47,9% torneiras para cozinha, e, apenas para citarmos os mais comprados, 47,9% piso porcelanato.

Porém, há diferenças significativas – sempre há, nos comportamentos de consumo – por classes sociais.

Considerando apenas os cinco produtos mais comprados, na classe A destaque para piso porcelanato com 63,2%. Já na classe B, praticamente em um mesmo nível, revestimento cerâmico para parede com 51%; piso porcelanato com 49,9% e tubos e conexões de PVC com 47,4%. Por fim, na classe C, revestimento cerâmico para parede com 51,3%; torneiras para cozinha com 50,8% e tubos e conexões de PVC com 49,9%.

Somente analisando os cinco principais produtos por classe social, é possível observar algumas peculiaridades.

Na classe A, por exemplo, pias para banheiro foram mais compradas do que torneiras e misturadores para banheiro, porém com uma diferença de apenas 4,4%. Pode-se dizer então, que nesse perfil socioeconômico, na quase totalidade, quando compram para reposição ou nova instalação pias também compram novas torneiras e misturadores, com baixo reaproveitamento desses metais sanitários.

Já na classe B, revestimento cerâmico e piso porcelanato estão no mesmo nível, demonstrando que nesse perfil, provavelmente visando equilibrar as despesas, tais produtos são combinados.

Praticamente o mesmo comportamento em revestimento e porcelanato é notado na classe C, apenas não sabemos quais as proporções dessa combinação por classe social. Também nesse perfil, surgem com destaques tubos e conexões de PVC e impermeabilizante, indicando uma necessidade de conter vazamentos, corrigir e precaver problemas.

Já um produto específico, lustres/luminárias aparecem com destaque na classe A, mas também, na classe B, não aparecendo na classe C, demonstrando a importância do design desses produtos, provavelmente mais comprados por questões estéticas do que por necessidade.

Por fim, entre os 12 produtos estimulados na pesquisa, a classe A comprou, em média, 5,7 itens, enquanto as classes B e C compraram 4,6 e 4,5 itens, respectivamente.

Talvez, a principal diferença entre esses dois últimos perfis não esteja na quantidade de itens comprados, mas sim, na qualidade.

Enfim, esses são apenas alguns insights possíveis e passíveis de discussões.

Certamente, quem até aqui chegou deve ter outros insights, tão válidos quanto os mencionados acima.

O que importa é exercitarmos a capacidade analítica, especialmente porque, como detalhado no artigo anterior Desaceleração das vendas de materiais de construção não significa retração, a perspectiva de volatilidade e desaceleração das vendas neste segundo semestre indica que a diferença nos resultados comerciais estará nos detalhes.

No próximo artigo aprofundaremos em quais canais e para quais ambientes foram comprados e instalados esses produtos.

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