Fechamos aqui a trilogia sobre o tema, completando o artigo anterior O atacarejo de materiais de construção na visão dos consumidores, no qual constatamos que os consumidores predominantemente definem os atacarejos de materiais de construção como “um home center com preços mais baixos.”

No entanto,  vale a ressalva de que os consumidores da classe C foram aqueles que mais associaram os atacarejos a “uma loja grande de materiais de construção como outra qualquer”, demonstrando um maior desconhecimento da proposta de valor desse formato de canal.

Vamos adiante!

Ainda considerando o mais recente Painel Comportamental de Consumo de Materiais de Construção (Pesquisa 1 | 2025), no qual entrevistamos 1.020 consumidores que haviam realizado obras/reformas no último ano (detalhes técnicos no rodapé do gráfico), 72,4% disseram saber o que é um atacarejo de materiais de construção (vide artigo completo).

Somente para esses, perguntamos: “Qual o tipo de loja de materiais de construção você prefere?”

Entre as três opções, destaque para “atacarejos de materiais de construção (citamos exemplos) e formatos parecidos”, com 50,9%. Em seguida, “home centers (citamos exemplos) e formatos parecidos”, com 43,2%. Por fim, “nenhum dos dois”, com 5,9%.

Para efeito deste artigo, evitando estimular conclusões equivocadas, optamos por não citar as marcas dos exemplos, já que não estamos comparando bandeiras, mas sim, formatos de canais.

Baixar gráficos: artigo, Imóveis São Paulo 1 Sem

No entanto, aprofundando os dados, percebemos que a leitura não é tão óbvia assim.

Aliás, essa é uma situação muito comum no universo das pesquisas, principalmente publicadas na mídia: a análise superficial induz aos erros interpretativos.

Ainda no gráfico, considerando somente os consumidores da classe A, a preferência pelos home centers é significativa, com 57,2% contra 37,5% dos atacarejos.

Na classe B, também há vantagem para os home centers, com 51,5% contra 45,1% dos atacarejos.

Por fim, na classe C, a situação se inverte, com significativa preferência pelos atacarejos, com 55,1% contra 37,5% dos home centers.

Portanto, a conclusão é a de que a preferência por um ou outro é relativa ao poder aquisitivo do consumidor.

Assim, vimos nos artigos anteriores que, proporcionalmente, justamente a classe C é aquela que menos conhece o formato de canal, e, mesmo entre aqueles que disseram conhecê-lo, é aquela que mais o enxerga como uma loja grande de materiais de construção como outra qualquer.

Mesmo com tal desconhecimento, o prefere ao invés dos home centers.

Muito provavelmente, essa preferência é puxada pela parte da classe C que não só o conhece, como o compreende, demonstrando que o trabalho de expansão do canal é também “uma oportunidade de comunicação e posicionamento das empresas, mostrando de forma mais clara os diferenciais do canal e os benefícios que ele pode gerar”, como já bem comentou, em um artigo anterior, o nosso leitor Edson Rodrigues da Carajá Home Center.

Acrescentaríamos que, muito provavelmente, os atacarejos de materiais de construção ocuparão, cada vez mais, os espaços dos home centers que não proporcionam uma experiência de compra rica e gratificante aos seus clientes.

Ou seja, home centers que são apenas lojas grandes de materiais de construção como outras quaisquer.

No próximo artigo, deixaremos o Painel Comportamental de lado, para uma leitura sobre as dimensões do comércio de materiais de construção.

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