No artigo anterior, Classe B é a que mais utiliza o cartão de crédito para compras de materiais de construção, constatamos que o cartão de crédito é o meio de pagamento mais utilizado pelos consumidores durante as obras residenciais, com destaque para a classe média.
Agora, para fechar a trilogia sobre as formas de pagamento, filtrando apenas os consumidores que o utilizaram, perguntamos: “Em quantas vezes você parcelou a sua compra?”
A base continua sendo o Painel Comportamental de Consumo de Materiais de Construção 2025, com pesquisa realizada em maio passado com 1.020 consumidores que fizeram obras e reformas no último ano (detalhes técnicos no rodapé do gráfico).
A maior incidência é de dez parcelas, com 17,6%, enquanto a média dessa amostra é de 6,4 parcelas.

Ao segmentarmos o resultado por classes sociais, constatamos significativas diferenças.
Apenas considerando os consumidores da classe A, a maior incidência é de pagamento em uma vez – sem parcelamento –, com 16,3%, enquanto a média dessa amostra é de 5,5 parcelas.
Já a maior incidência nos consumidores da classe B é de três vezes, com 18,8%, enquanto a média dessa amostra é de 5,8 parcelas.
Por fim, a maior incidência nos consumidores da classe C é de dez vezes, com 21,2%, enquanto a média dessa amostra é de 6,8 parcelas.

Baixar gráficos: artigo, endividamento e inadimplência
Novamente dimensionamos aquilo que intuitivamente já sabíamos: quanto maior o poder aquisitivo dos consumidores, maior a incidência de pagamento em apenas uma parcela e menor o número médio de parcelas no contingente total.
Por outro lado, quanto menor o poder aquisitivo dos consumidores, maior a incidência de pagamento em mais parcelas e maior o número médio de parcelas no contingente total.
Na semana passada, o governo federal anunciou um novo programa de crédito subsidiado para reformas dos imóveis do Minha Casa, Minha Vida.
Essa linha de financiamento, com prazo de 24 a 60 meses, tem potencial para estimular as vendas no varejo de materiais de construção. No entanto, os efeitos ainda são incertos, uma vez que o nível de endividamento e inadimplência já é alarmante justamente nesse perfil de consumidor (vide link para baixar gráficos).
No próximo artigo, retomaremos as análises da Pesquisa Anual do Comércio (PAC) – cuja trilogia sobre o varejo foi finalizada em Varejistas de materiais de construção faturaram, em média, R$ 159.281,00 por mês – desta vez, aprofundando dados sobre o atacado de materiais de construção.
A Fundação de Dados iniciará um novo campo de pesquisa com 1.020 consumidores de materiais de construção em 3 de novembro próximo, com previsão de término em meados de dezembro. Empresas interessadas em incluir entendimentos exclusivos e sigilosos poderão entrar em contato para elaboração de briefing e orçamento.