CONSUMIDORES CONFIAM NOS FABRICANTES DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

Ontem foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os dados relativos ao desempenho das indústrias de materiais de construção, e as notícias não são boas.

Segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), no índice especial Insumos Típicos da Construção Civil (agregado dos produtos da PIM identificados com a produção do setor), no comparativo acumulado ano primeiro trimestre de 2023 com acumulado ano primeiro trimestre de 2022, houve queda de 2,8%, na produção física da Construção Civil.

Pode-se inferir que, no ano vigente, a produção industrial está sendo impactada pela desaceleração das vendas no varejo, finalização dos imóveis residenciais novos lançados durante o boom de 2021, e transição de governo, com intervalo para novas definições sobre o mercado imobiliário (investimentos em moradias populares) e obras de infraestrutura com recursos públicos.

Porém, importante registrar, se considerarmos as consequência da crise econômica anterior, causada pela desastrosa Nova Matriz Econômica de Dilma Rousseff, a produção física da Construção Civil decresceu 27,2%, do início dessa crise, em 2014, passando por tímida recuperação em 2018 e 2019, até o término do ano de 2022 (vide gráfico anterior).

Logo, restringir a queda da produção do setor somente ao atual momento seria um erro avaliativo, uma vez que essa é uma longa história.

Talvez, a desindustrialização identificada pelo IBGE seja, em grande parte, depuração mercadológica, deixando em dificuldades ou pelo caminho fabricantes mal geridos, fornecendo, assim, share para as melhores marcas.

O que pode explicar a inabalável confiança dos consumidores nas indústrias de materiais de construção, como veremos a seguir.

Segundo a Pesquisa 2 | 2022 da Fundação de Dados, que entrevistou 1.020 consumidores de materiais de construção, que realizaram obras/reformas residenciais, predominantemente, entre novembro de 2021 e outubro de 2022, na fase de planejamento anterior às compras, 32% dos entrevistados pesquisaram em sites das empresas fabricantes.

Sendo assim, os sites dos fabricantes são superados, apenas, pelas imbatíveis Lojas físicas de materiais de construção e pelos sites/e-commerces de materiais de construção, empatando com o YouTube, e, se posicionando à frente do Instagram, apenas para citarmos os cinco principais meios consultados.

Esse é um exemplo, entre tantos possíveis, de oportunidades para as indústrias do setor se posicionarem diante dos consumidores, e, ao mesmo tempo, apoiarem o comércio (varejo e atacado), transmitindo segurança e estimulando a realização de obras/reformas.

Afinal, estamos falando de indústrias que não só sobreviveram à significativa queda da produção do setor, mas, também, se tornaram referência para os consumidores de materiais de construção.

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