AS CONSEQUÊNCIAS DA DESACELERAÇÃO DE PREÇOS E CONSUMO EM MATCONS

As consequências dos estoques mais altos dos fornecedores e varejistas, com  desaceleração do consumo de materiais de construção, foram dimensionadas nos preços, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro.

Segundo o índice do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na perspectiva mensal, a inflação do item Reparos (nomenclatura IBGE para a cesta de materiais de construção, composta por 12 subitens/categorias de produtos + mão de obra), em fevereiro, foi de 0,1%, ante 0,42%, no mês anterior.

Dessa maneira, na cesta de materiais de construção pesquisada, praticamente não houve aumento. Assim, é evidente que, em muitas negociações entre fabricantes e atacadistas ou varejistas está, inclusive, ocorrendo deflação. No índice mensal, a inflação negativa foi identificada nas seguintes categorias: Ferragens, Tinta, Revestimentos para piso e parede, Madeira e taco, Tijolo, Areia e Pedras.

Já, na perspectiva dos últimos doze meses, dimensiona-se a tendência de desaceleração dos preços. No acumulado dos últimos doze meses, a partir de fevereiro, houve aumento da cesta de 6,9%, ante 7,82%, no acumulado dos últimos doze meses, a partir de janeiro, quinta queda consecutiva.

Nessa métrica, os subitens/categorias que ainda puxam a inflação para cima, são: Tinta, com 14,99%, e Cimento, com 13,83%.

Por fim, no acumulado ano primeiro bimestre de 2023, a inflação da cesta de materiais de construção foi de 0,52%, ante 1,51%, no primeiro bimestre de 2022. Assim, a queda da inflação no segmento, inclusive, é proporcionalmente mais expressiva do que a queda do próprio IPCA, uma vez que a inflação geral, no acumulado ano primeiro bimestre de 2023 foi de 1,37%, ante 1,56%, no primeiro bimestre de 2022.

Abrem-se, portanto, novas perspectivas de negociações entre fornecedores e varejistas, onde a maturidade das relações comerciais será testada, uma vez que, o ano vigente será de depuração pós-desajustes do triênio passado, visando o fortalecimento para o próximo ano, quando, provavelmente, as vendas reais, sem as distorções inflacionárias, voltarão a crescer.

Nesse meio tempo, poderá haver muita queima de preço e varejistas menos estruturados ficando pelo meio do caminho, fornecendo target para outros varejistas bem geridos.

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Newton Guimarães - Pesquisador

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