O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou os resultados das vendas de materiais de construção, ao término do primeiro semestre de 2022, o que permite dimensionar a desaceleração comercial do varejo e atacado do segmento.
Elaborando dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), em volume de vendas (faturamento real/nominal deflacionado), no acumulado comparativos “mês anterior” de março de 2020 a junho de 2022, o comércio de materiais de construção cresceu 5,1% (sobre fevereiro de 2020).
Porém, a gordura adquirida durante o período de restrições sociais vem sendo queimada, principalmente, desde julho de 2021.
Assim, apenas no acumulado comparativos “mês anterior” de janeiro a junho de 2022, houve decréscimo de 3,8% (sobre dezembro de 2021).
Em suma, o faturamento real do comércio de materiais de construção Brasil está 5,1% acima do pré-pandemia, porém, 3,8% negativo no ano vigente.
Já, nominalmente (faturamento percebido/volume de vendas com inflação), no acumulado comparativos “mês anterior” de março de 2020 a junho de 2022, o comércio de materiais de construção cresceu 51,3% (sobre fevereiro de 2020).
Apenas no acumulado comparativos “mês anterior” de janeiro a junho de 2022, houve crescimento de 2,7% (sobre dezembro de 2021).
Assim, quando colocamos a inflação corrente nas análises, o faturamento nominal do comércio de materiais de construção Brasil está 51,3% acima do pré-pandemia, e, 2,7% positivo no ano vigente.
Porém, recomenda-se relativizar os resultados nominais, e considerar para análises, principalmente, os resultados em volume de vendas, deflacionados a partir dos relativos de preços do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE) e do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI/IBGE). No atual ambiente inflacionário, embora em desaceleração, o resultado em volume de vendas evita distorções nas avaliações da gestão dos negócios.
Também, recomenda-se relativizar as análises econômicas de grande parte da mídia, mais preocupada em derrubar o atual governo do que em informar sua audiência, pois, atualmente, não há crise econômica no País.
Muito pelo contrário!
As vendas de materiais de construção, principalmente, se ressentem do refluxo do boom de consumo, ocorrido, com mais força, de maio de 2020 a junho de 2021.
Depois de todas as atenções dos consumidores se voltarem para o lar, chegou a hora dos serviços fora do lar tirarem o atraso.
No próximo artigo olharemos para o futuro, com as análises das projeções de vendas de materiais de construção para 2022 e 2023.