AS DIMENSÕES DA DESACELERAÇÃO DA INFLAÇÃO DE MATCONS E MÓVEIS

Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a curva de tendência da inflação do item Mobiliário (cesta de móveis, composta por 4 subitens/móveis por ambientes + colchão), no acumulado dos últimos doze meses, decresceu pelo sétimo mês consecutivo, passando de 14,26%, em fevereiro, para 12,4%, em março de 2023.

Já, a curva de tendência da inflação do item Reparos (cesta de materiais de construção, composta por 12 subitens/categorias de produtos + mão de obra), no acumulado dos últimos doze meses, decresceu pelo sexto mês consecutivo, passando de 6,9%, em fevereiro, para 6,16%, em março de 2023.

Assim, é evidente que depois do pico de 23,73%, em agosto de 2022, no acumulado últimos meses do item Mobiliário, e 10,41%, em junho de 2022, no acumulado últimos doze meses do item Reparos, os preços seguem desacelerando.

Já, em outra métrica, no acumulado do primeiro trimestre de 2023, a inflação geral está em 2,09%, ante 3,2%, no mesmo período de 2022, e a inflação do item Mobiliário está em 1,4%, ante 6,8%, no mesmo período de 2022, logo, ambas desacelerando. No ano, ainda puxa para cima a inflação do segmento,  Móvel para copa e cozinha, com 3,54%, e para baixo, Colchão, com deflação de 2,75%.

Por fim, no acumulado do primeiro trimestre de 2023, a inflação do item Reparos está em 0,59%, ante 2,28%, no mesmo período de 2022, logo, desacelerando. No ano, ainda puxa para cima a inflação do segmento, Tinta, com 1,44%, e para baixo, Ferragens, com deflação de 1,83%.

Digno de nota que, especificamente o segmento de materiais de construção, experimenta deflação anual em expressiva parte dos subitens/categorias, significando depreciação de estoques e intensas negociações com fornecedores para novos pedidos.

Independentemente disso, a desaceleração da inflação torna factível o início do ciclo de redução da taxa básica de juros da economia, passando dos atuais 13,75%, para 12,50%, no final do ano, segundo o mais recente Boletim Focus do Banco Central do Brasil (BCB).

Porém, a redução paulatina da taxa pouco impactará, em 2023, as vendas de bens de consumo duráveis, como materiais de construção e móveis, ainda condicionadas às expectativas do mercado financeiro, aprovação e sinais de cumprimento do novo arcabouço fiscal do governo, e da redução da população inadimplente e negativada para concessão de crédito. Adiciona-se a isso, o aumento da Taxa de desemprego, estimada em 9%, no final deste ano, ante 7,9%, no final de 2022.

Enfim, a desaceleração econômica no ano vigente é o preço que será pago pelo controle da inflação e, caso o governo não cometa muitos erros políticos e econômicos, crescimento real e mais sustentável do País, a partir de 2024.

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Newton Guimarães - Pesquisador

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